domingo, 16 de outubro de 2011

Matusalém.

Há séculos venho me tornando pedra
Minhas raízes enegrecem com os ventos
Não tive a sorte de morrer ainda
Pois tenho a morte por companhia.

Já vi milhares de amanhecer e entardecer
Também homens findando suas histórias
Neves, tempestades e calmarias.
Já enfrentei climas brandos e traiçoeiros.

Às vezes fico sem folhas
Pareço morto e ressequido por fora
Mas por dentro minha seiva insiste
A vida fez em mim sua morada eterna.

Você pode até me achar muito estranho
Apenas um tronco com poucas folhas
Mas o tempo tem me preservado
Neste solo quase sem vida.

Por que insisto é um mistério
Tenho apenas 4800 anos
Sou apenas um pinheiro das Américas
E me chamam de matusalém...

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

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