quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Folhas soltas

Muitos outonos já se passaram
E eu nunca mais retornei ao lar
Estou fora de minha árvore
Sendo consumido pelo tempo.

Onde estarão os meus galhos?
E a minha seiva primitiva?
Estou enxertado em um ramo infértil
Não tenho nem sequer mais raízes.

Assim sou eu tão distante
Um ausente da minha terra
Em outra terra em busca da felicidade
Porque não floresci onde nasci?

Aqui sou mais um filho pródigo
Não tenho regalias e nem privilégios
Às vezes sou escravo das horas
Meu labutar não tem valor.

Não me lembro bem por que parti
Coisas do coração já me disseram
Um vento que solta as folhas
Um furacão que rouba sonhos.

E agora qual será o meu destino?
Como uma folha caída neste deserto
Nunca serei gauche na vida?
Ou lamentarei “coitado dele todo mundo”

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

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