terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Tinta de nanquim


Ela pousou feito uma borboleta
Suavemente sobre o papel de seda
Abriu o seu leque 
E derramou cores sobre minha pele

Um pingo de tinta preta
Escorreu da pena em direção ao solo
E deixou passar a luz do meio dia
Então, ela voou em minha imaginação por meia hora

O desenho criou vida...
E a tinta bateu asas diretamente para a China.


Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Ampolas.


Abro ampolas...
Ampolas de veneno
Doce veneno
Mix de cores

Uma sutil amostra
Neste pequeno frasco
Sedativo de sonhos
Remédio da alma

Abro ampolas...
Ampolas de vidro
Cacos de vidro
Espelhos quebrados

Uma pequena amostra 
De ilusões e fantasias
Escorrendo pelo rosto
Destilando poesias.


Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Solitário


Andei muito solitário...
Nada além de horizontes vazios,
Nada além de miragens
De utopias, de canteiros aéreos

Meu coração é peregrino
Viajante por entre moinhos
Um guerreiro sem flecha
Uma chuva sem gotas

Andei muito solitário...
Nada além de vales e montanhas
De sons e de silêncios
De pura abstração

Meus olhos se fecharam em telas
Minha primavera em rosas vermelhas
Andei muito solitário...
E me perdi por entre os espinhos.



Autor: Gilberto Fernandes Teixeira